A entrevista com a presidente foi gravada em 22 de novembro no
hospital de reabilitação Sarah, em Brasília, e teve como tema a
acessibilidade de pessoas com deficiência. Dilma falava sobre a
capacidade humana de se superar quando Regina Casé perguntou o que a
presidente imaginou que nunca veria no país. “A coisa mais importante
que eu nunca pensei que ia ver na minha juventude, eu não pensei que ia
ver a democracia. Nunca pensei. E que para nós seria algo tão natural,
para nós é naturalíssimo. A imprensa é livre hoje, mas sou da época em
que isso não era nada natural”, disse a presidente.
Dilma disse também que não imaginou que o Brasil pagaria o Fundo
Monetário Internacional (FMI). “Eu tenho um orgulho imenso. E hoje, o
Fundo Monetário Internacional deve para o Brasil. Eu pensei que eu não
ia ver o Brasil crescer, esse crescimento com distribuição de renda”,
afirmou.
A presidente afirmou, porém, que o Brasil ainda precisa dar um salto
de competitividade. “Temos de ser capazes, através da educação, de
produzir mais, agregar valor aos produtos, de gerar inovação, gerar
tecnologia”, disse Dilma à apresentadora quando questionada sobre “o que
está pegando no Brasil hoje”. A presidente afirmou que atualmente “o
mundo percebe que o Brasil anda pelos próprios pés” e disse que o país
não tem “nenhuma querela com seus vizinhos”, “nenhuma questão
religiosa”.
“Eu acho que nós somos um país relevante no mundo, um país relevante
que não é pretensioso, que não é arrogante, que não se acha e que não se
coloca como melhor do que ninguém”, disse.
Bem humorada, Dilma repetiu o bordão “Xô, preconceito” usado pelo
programa ao comentar sobre o preconceito racional no Brasil. Segundo a
presidente, de cada quatro pessoas que recebem o Bolsa Família, três são
negros.
“Eu acho que a gente tem de reconhecer que sempre o maior preconceito
no Brasil tem origem na sua história, que é a escravidão. A pobreza no
Brasil, ela tem um rosto. Ela é negra, mulata ou cafuza”, afirmou.
Via Blog Robson Pires
0 comentários: