segunda-feira, 4 de junho de 2012

ROSALBA COMPLETA 500 DIAS: "O GOVERNO NÃO TEM ESCÂNDALOS QUE ENVERGONHAM"


A gestão atual do Governo do Estado pode não ser a melhor avaliada pela população – tem rejeição recorde no primeiro ano de governo – e ser marcado pelas medidas impopulares que tomou ao longo de mais de 500 dias de administração. Contudo, pelo menos na visão da atual governadora Rosalba Ciarlini, o importante é que não convive com os mesmos escândalos e denúncias de crimes que marcaram a gestão anterior.
“Nosso Governo não tem Foliaduto, Operação Higia, Operação Ouro Negro e esses escândalos que envergonham todos nós”, afirmou a governadora, em tom de desabafo, em evento realizado na semana passada, do DEM, de confirmação de apoio a pré-candidatura do deputado federal Rogério Marinho, do PSDB, a Prefeitura de Natal.
A declaração é uma referência clara a gestão anterior, de Wilma de Faria e Iberê Ferreira, do PSB, que foi marcada, também, pelas denúncias de irregularidade e corrupção dentro do Governo. “Uma coisa eu garanto: essas mãos estão e sempre estiveram limpas”, garantiu.
Apesar das declarações, Rosalba não quis comentar na ocasião os áudios das interceptações telefônicas feitas durante a campanha eleitoral de 2006, que a levaram a ser eleita senadora. Neles, é possível constatar indícios da prática – ou intenção de praticar – crimes como sonegação fiscal, Caixa 2 e compra de votos. Falou sim sobre o Hospital da Mulher, em Mossoró, que teve um polêmico acordo para a terceirização da administração.
“Conseguimos diminuir e muito os casos de mulheres morrendo na região Oeste do Estado, com o Hospital da Mulher em Mossoró. Agora, querem desmontar porque foi feito sim de forma emergencial. Não podíamos esperar porque tinha pessoas morrendo”, afirmou Rosalba. O contrato com a Associação Marca, que administra a unidade médica, tem valor de R$ 15 milhões e duração de seis meses. Foi assinado sem processo de licitação, o que é alvo de questionamento do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Rosalba Ciarlini ainda confirmou que realmente passa por momentos difíceis. “Eu sei que já tem gente: ‘meu Deus, será que valeu a pena (votar em Rosalba)?’ Porque parece que essa reconstrução não tem fim. Mas posso dizer que algo já foi reconstruído: a credibilidade do Estado lá fora”, afirmou Rosalba, se referindo ao pagamento de dívidas, que passou a ser feito em dia e permitiu que o Governo do Estado pudesse realizar novos empréstimos e conseguir novos financiamentos.
“E a Copa, que estava perdida e agora está aí, sendo construída?”, questionou Rosalba Ciarlini, se referindo ao início da construção da Arena das Dunas que, apesar de ser o estádio mais atrasado do país, está dentro do cronograma entregue à Fifa.
A governadora lembrou ainda a construção dos acessos do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, a assinatura da ordem de serviço para o terminal de passageiros, que vai ser erguido no Porto de Natal e colocar, em tese, a capital do Estado na rota do turismo oceânico. “Inauguramos a 4ª fábrica na semana passada. Não foi protocolada a 4ª fábrica não, foi inaugurada! Porque protocolada tem muitas outras”, afirmou Rosalba Ciarlini.
CONSTRANGIMENTO
A governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, também não escondeu que o Rio Grande do Norte vive um momento de crise, sobretudo, na saúde pública. Contudo, voltou a colocar parte da culpa na gestão anterior. “Isso tudo é resultado daquilo que nós encontramos, que foi se acumulando. Há uma crise, eu reconheço, mas muita coisa boa foi feita, imagine se não tivesse sido feita? A questão era muito maior”.
Outra parte da culpa seria, também, dos médicos que deixam de cumprir seu plantão e atender aos necessitados. “Ando muito, muito constrangida, sofrida, porque como médica, fui uma pessoa que deu sempre os meus plantões, nunca faltei meu plantão, nunca fechei uma porta para ninguém”, afirmou ela, fazendo a referência indireta a quem não trabalha.

Fonte: O Jornal de Hoje

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